AVALIAÇÃO DE FUNGOS PARA A DEGRADAÇÃO DE CELULOSE PARA PRODUÇÃO DE ETANOL LIGNOCELULÓSICO

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial celulolítico de fungos visando a degradação de resíduos lignocelulósicos para a produção de etanol. O potencial celulolítico de 18 cepas fúngicas foi determinado a partir do teste do corante vermelho congo 2,5%, em meio carboximetilcelulose (CMC). Cofermentação do resíduo do caule do mamoeiro empregando o fungo Aspergillus niger e a levedura Saccharomyces cerevisiae comercial foi conduzida por 21 dias a temperatura ambiente. A hidrólise química do caule de mamoeiro com ácido sulfúrico (H₂SO₄) 0,3% ou ácido clorídrico (HCL) 0,3%, seguida de fermentação pelo isolado Trichoderma sp. ITI07 e Saccharomyces cerevisiae foi avaliada. Os produtos da fermentação foram determinados em HPLC.  Doze cepas apresentaram atividade enzimática, dois fungos apresentaram maior potencial para produção de celulases, Trichoderma sp.  ITI07 e Rhizopus sp.  ITI11. Na cofermentação do caule do mamoeiro com o fungo Aspergillus niger  e a levedura Saccharomyces cerevisiae, o pico de produção de etanol ocorreu com 120 h, com produção de 1,6 g de etanol/L. Nas fermentações utilizando caule de mamoeiro quimicamente tratado com hidrólise ácida, seguido de sacarificação e fermentação simultânea do resíduo do caule do mamoeiro com Trichoderma sp. ITI07 e a S. cerevisiae, foi produzido 1,87  de etanol/L quando o substrato foi hidrolisado com ácido clorídrico e 1,667 g/L com ácido sulfúrico. Dentre dezoito isolados avaliados para o potencial de produção de celulases, doze produzem celulases e as cepas, Trichoderma sp. ITI07 e Rhizopus sp. ITI11 apresentaram os melhores índices enzimáticos. O caule do mamoeiro é um substrato viável para a produção do etanol lignocelulósico, contudo, mais pesquisas devem ser desenvolvidas visando encontrar as condições que levam a maior eficiência no pré-tratamento da biomassa.