MÁRMORE TRAVERTINO: CALCÁRIO AGRÍCOLA?

Autores

  • José Augusto M. de Castro Lima jose.castro@ifbaiano.edu.br
    Instituto Federal Baiano, Catu
  • Airton C. A. da Silva irtoncesar2158@gmail.com
    Instituto Federal Baiano, Catu
  • Leandro Gonçalves dos Santos leandro.santos@ifbaiano.edu.br
    Instituto Federal Baiano, Guanambi

Palavras-chave:

Bege Bahia, Corretivo de Acidez, Rochas Ornamentais, Resíduo, Agricultura

Resumo

A Bahia é o terceiro maior produtor de rochas ornamentais do Brasil (Chiodi Filho, 2019) e destaca-se por ser a única produtora de Granitos Azuis e de Travertinos/Bege Bahia. No entanto, o desdobro dos Travertinos/Bege Bahia no polo de Ourolândia gera 1.012 m³/mês de rejeito na forma de pó (Ribeiro & Oliveira, 2015). Deste modo, objetivou-se avaliar o potencial do resíduo da serragem do Travertino/Bege Bahia na agricultura como corretivo de acidez do solo. As amostras foram coletadas em oito empresas do complexo de mineração do município de Ourolândia. Em cada empresa, foram coletadas três amostras compostas na pilha de rejeito. No laboratório, as amostras foram secas a 105 ºC, destorroadas e submetidas às análises: granulométrica, poder de neutralização (PN), teor de óxido de cálcio (CaO) e de óxido de magnésio (MgO), e calculado o poder relativo de neutralização total (PRNT), conforme manual de análises para corretivos de acidez (Brasil, 2017). Utilizou-se a estatística descritiva para caracterizar as amostras. A análise estatística indica que as amostras são homogêneas. A mediana da análise granulométrica foi de 97 % para frações abaixo de 0,3 mm e de 3% para a fração entre 0,84 e 0,30 mm. Os valores do PN entre as amostras variaram de 88% a 97%, com valor mediano de 94%. Os teores mínimos e máximos de CaO foram 44 e 49%, para o MgO foram de 4 e 7%. O poder relativo de neutralização total variou de 81 a 96%. Estes resultados estão em acordo com a Instrução Normativa nº 35 (Brasil, 2006). Deste modo conclui-se que os resíduos do desdobro das rochas ornamentais Travertino/Bege Bahia, do polo de Ourolândia – BA, são corretivos de acidez do solo, enquadrados nas classes de Calcário Magnesiano ou Calcário Calcítico.

Biografia do Autor

José Augusto M. de Castro Lima, Instituto Federal Baiano, Catu

Professor, Instituto Federal Baiano, Catu – BA

Airton C. A. da Silva, Instituto Federal Baiano, Catu

Estudante, Instituto Federal Baiano, Catu – BA.

Leandro Gonçalves dos Santos, Instituto Federal Baiano, Guanambi

Professor, Instituto Federal Baiano, Guanambi – BA.

Referências

CHIODI FILHO, C. Balanço das Exportações e Importações Brasileiras de Rochas Ornamentais em 2019. ABIROCHAS, 2019. Disponível em: https://abirochas.com.br/wpcontent/uploads/2020/02/Informe_01_2020_Balanco_2019.pdf. Acesso em: 10 jul. 2020.

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa nº 35, de 04 de julho de 2006. Dispõe sobre as normas sobre especificações e garantias, tolerâncias, registro, embalagem e rotulagem dos corretivos de acidez, de alcalinidade e de sodicidade e dos condicionadores de solo, destinados à agricultura. Diário Oficial da União de 12 de julho de 2006, Seção 1, p. 32. Brasília, DF.

BRASIL, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manual de métodos analíticos oficiais para fertilizantes e corretivos. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA, 2017. 240 p.

RIBEIRO, R. C. da C.; OLIVEIRA, M. G. Aproveitamento de resíduos oriundos da lavra e do beneficiamento do mármore bege Bahia, visando a geração de compósitos poliméricos. Rio de Janeiro: CETEM/MCTI, 2015. 66p.:il (Série Tecnologia Ambiental, 82)

Publicado

2024-03-06

Como Citar

Lima, J. A. M. de C. ., Silva, A. C. A. da ., & Santos, L. G. dos . (2024). MÁRMORE TRAVERTINO: CALCÁRIO AGRÍCOLA?. Cadernos Macambira, 8(especial2), 92. Recuperado de http://revista.lapprudes.net/index.php/CM/article/view/1329