PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES (AS) DA PESCA EM RELAÇÃO À UNIDADE DE CONSERVAÇÃO PARQUE FLORESTAL E RESERVA ECOLÓGICA DE ITAPARICA BAÍA DE TODOS OS SANTOS (BTS)- BAHIA

Authors

  • MÁRCIA D’ALCÂNTARA ARRUDA JORNADAUTINGA@GMAIL.COM

Abstract

Diante da grave crise ambiental e consequente perda de biodiversidade que se estabeleceu no país a
questão ambiental passou a ser um assunto cada vez mais presente no cotidiano da sociedade brasileira bem como
a urgência para que algo seja feito para sua proteção considerando que o Brasil é o país que detém a maior
biodiversidade do mundo (TORRES e OLIVEIRA, 2008).
Segundo o SNUC 2000, Unidade de Conservação (UC) é um espaço de território com características
naturais relevantes e limites definidos, instituído pelo Poder Público para garantir a proteção e conservação dessas
características naturais, sob regime especial de administração ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.
Segundo Arruda 1999, o modelo de unidades de conservação adotado no Brasil, é um dos principais
elementos de estratégia para a conservação da natureza. Ele deriva da concepção de áreas protegidas, construída
no século passado nos Estados Unidos, objetivando proteger a vida selvagem ameaçada pelo avanço da
civilização urbano-industrial. Esse modelo consolidou um padrão mundial, principalmente a partir da década de
60 quando o número e a extensão das áreas protegidas ampliaram-se enormemente em todo o mundo. Os assuntos
relacionados à temática ambiental desde então vêm crescendo, e ganhando atenção especial.
Entretanto, para Torres & Oliveira, 2008, a criação de Unidades de Conservação (UCs), não tem sido
suficiente para a conservação ambiental e manutenção dessas áreas protegidas. A necessidade de estratégias que
promovam a conservação desses ambientes tem se tornado foco das discussões sobre o tema nos últimos anos.
Para Benatti, 1997, boa parte das áreas protegidas criadas não foi efetivamente implantada, não passando
de “unidades de conservação no papel”, pois a maioria das unidades de proteção integral apresenta problemas.
Os principais problemas são a existência de terras ainda não completamente regularizadas, demarcadas, falta de
equipamentos e de funcionários suficientes para fiscalizar e administrar a área; presença de populações humanas
dentro das áreas protegidas; existência de planos de manejo e de gerenciamento em poucas unidades. Na baía de todos os santos (BTS) não é diferente com exceção do plano de manejo que no caso da BTS
ainda se encontra em construção.
A pesquisa da percepção ambiental é uma ferramenta que tem sido bastante utilizada para possibilitar
uma escuta dos valores, necessidades e expectativas das populações locais com respeito à determinada unidade
de conservação (PACHECO & SILVA 2006).
Segundo Domingues (2004), do ponto de vista científico, é possível notar que o conceito de percepção
ambiental vem estabelecendo conexões entre o meio físico, afeito aos métodos da geografia, e uma reflexão sobre
as relações desse meio com a subjetividade.
A relação com as populações humanas tradicionais e não tradicionais que vivem e viviam, tanto no
interior quanto no entorno nas Unidades de Conservação (UC), antes da apropriação da área pelo Estado, vem
sendo uma das dificuldades permanentes na gestão e manutenção das unidades de conservação, criadas para a
preservação dos recursos naturais de ecossistemas exemplares (ARRUDA 1999).
Neste contexto, as UC da baía de todos os santos não são diferentes, vários conflitos vêm impondo as
UC da BTS condições que as coloca em permanente ameaça. Dentre as quais podemos destacar: A pesca em
escala industrial e a criminosa com explosivos, a caça, o lançamentos de efluentes domésticos e industriais,
ocupação desordenada do solo, desmatamento, retirada de sedimentos das margens de rios, disposição inadequada
de resíduos sólidos, extrativismo descontrolado de crustáceos e moluscos ocupação de áreas de preservação
permanente (www.semarh.ba.gov.br).
Sendo um dos objetivos das unidades de conservação a proteção da vida, inclusive a humana, e a
promoção do manejo de forma sustentável, onde as UC possam atuar não somente na preservação dos recursos
naturais mais, também, como locais de aprendizagem e sensibilização da comunidade acerca da percepção da
problemática ambiental garantindo um espaço de crescimento e desenvolvimento sadio para as gerações futuras.
Este trabalho visa contribuir como ferramenta para a elaboração do plano de manejo para baía de Todos os Santos
que de forma equânime, atenda a legislação sem descaracterizar ou destruir a cultura pesqueira e a identidade
cultural dos pescadores e marisqueiras da BTS.
Os procedimentos metodológicos envolvidos nessa pesquisa foram: revisão bibliográfica, uso de
informações geográficas, bem como, realização de trabalhos de campo com objetivo de aplicar entrevistas
estruturadas. Entre os dias 15,16, 17 e 18 de dezembro de 2014 foram aplicados 60 questionário estruturado com
onze perguntas com o objetivo de avaliar a percepção ambiental dos entrevistados a cerca da Unidade de
Conservação Parque florestal e Reserva Ecológica de Itaparica. Nesses questionários foram adotado questões simples e de múltipla escolha, sem grande complexidade, pois levamos em consideração que os dias e horários
da realização dessas entrevistas os pescadores e marisqueiras estavam em plana atividade, por isso não poderia
passar tanto tempo ocupados respondendo a pesquisa.

Published

2021-08-27

How to Cite

ARRUDA, M. D. (2021). PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS TRABALHADORES (AS) DA PESCA EM RELAÇÃO À UNIDADE DE CONSERVAÇÃO PARQUE FLORESTAL E RESERVA ECOLÓGICA DE ITAPARICA BAÍA DE TODOS OS SANTOS (BTS)- BAHIA. Cadernos Macambira, 4(2), 35–37. Retrieved from http://revista.lapprudes.net/index.php/CM/article/view/363