O SAGRADO FEMININO: PODER QUE VEM DE DENTRO - DESPERTAR, CURA, CONEXÃO ANCESTRAL E EMPODERAMENTO DE MULHERES5

Autores/as

  • REGIANE MACHADO almanihafij@hotmail.com
    Grupo Ômega de Estudos Holísticos

Resumen

O Sagrado feminino é um movimento de despertar, cura, conexão e empoderamento de mulheres. É um
mundo de mistérios e clareza. É permitir que a mulher e não só ela, mas ambos os sexos despertem em seu interior
a energia feminina. A união e formação de círculos de mulheres é necessário para fortalecimento desse sagrado,
da autoestima, da confiança, do dar e receber e da quebra das amarras e crenças limitantes, num movimento
sagrado amparado no amor próprio e amor entre irmãs. Tais necessidades são amparadas pela Agroecologia, que
traz em sua essência o reconhecimento do papel da mulher na construção de uma sociedade mais justa e
igualitária. A proposta desse estudo é, diagnosticar a concepção das mulheres referente ao tema Sagrado Feminino
dentro do movimento da Agroecologia, abordando os conhecimentos ancestrais e aplicando técnicas terapêuticas
holísticas e xamânicas. Os resultados obtidos nas duas experiências foram satisfatórios e atingiram os objetivos
da proposta tendo em vista os relatos e percepções dos participantes.
INTRODUÇÃO
O que é Sagrado Feminino, o que é ser sagrada?
O Sagrado feminino é um movimento de despertar, cura, conexão e empoderamento de mulheres. É um
mundo de mistérios e clareza. É permitir que a mulher e não só ela, mas ambos os sexos despertem em seu interior
a energia feminina. Todo ser tem dentro de si, duas polaridades, a masculina Yang e a Feminina Yin. A era
patriarcal levou a maximização do masculino anulando a energia feminina tendo como resultado uma sociedade
que briga e compete pelo poder, mentalmente desconectada dos sentimentos de amor e compaixão e respeito mútuo. Para existir uma sociedade saudável, é importante que essas duas polaridades estejam equilibradas entre
si (KOSS, 2000).
Conscientizar-se e buscar esse conhecimento é dar os primeiros passos em um mundo novo, aonde
começa-se a perceber que a mulher é cíclica e os seus ciclos como donzela menina menarca (1° menstruação),
despertar da sexualidade, despertar do amor humano, gravidez, menopausa e idade sábia são processos naturais.
Quando passa-se à entende-los dessa forma ela não mais os recrimina, aceita-os e não mais coloca-se em um
papel de vitimização e de sentir-se o patinho feio da lagoa. Ela não mais se sente inferior, suja, estranha ou culpada
por sangrar. Ela passa a ver a sua menstruação como um processo fisiológico e natural, lembrando que esse
também é parte da sua sexualidade (NEUMANN, 1996).
Despertar o Sagrado Feminino é deixar a Mulher Sábia, a conhecedora de si nascer. É conhecer-se e
adentrar em um mundo de amor próprio, aonde se respeita o seu mundo interior e com isso o seu exterior. Apesar
de todos os movimentos existentes atualmente com a união das mulheres para estudo do sagrado feminino e do
movimento feminista, ainda vivemos em uma sociedade moralista refletindo o machismo dominante em nossa
sociedade. Estes padrões de comportamento foram adquiridos pela burguesia do século XVII, que direcionou a
mulher às paredes da submissão em que sua sujeição foi demarcada pela ditadura das regras, como forma da
mulher desempenhar papéis a este patriarcado mediante suas vontades, necessidades e princípios
(NASCIMENTO e SILVA, 2011).
Hoje o estudo do sagrado feminino bem como as suas práticas vem respondendo a essa sociedade
machista, pelo empoderamento e resgate dos saberes sagrados. O movimento nesse sentido é para dentro, a busca
do contato com seu eu mais profundo, o autoconhecimento, a intimidade com suas fases lunares, com sua lua
interna. Práticas essas que foram suprimidas na sociedade quando a ditadura modista e comunista fez a mulher
acreditar que para ser poderosa teria que competir com as outras. Que para ser linda precisava seguir um padrão
de beleza imposto. Que o seu sangue era impuro e por isso mesmo deveria ser extinto ou negado. Atualmente
muitas mulheres ainda vivem com base nesses padrões, são mulheres afastadas do contato com seu poder pessoal.
A aliança entre o movimento do sagrado feminino ao empoderamento da mulher no movimento feminista
é o casamento perfeito, tendo em vista que enquanto o primeiro busca o desenvolvimento interno, o segundo
busca empoderar a mulher na luta dos seus direitos e seu papel na sociedade.
A proposta desse estudo é, diagnosticar a concepção das mulheres referente ao tema Sagrado Feminino
dentro do movimento da Agroecologia, nos espaços urbanos de discussões agroecológicas, abordando os
conhecimentos ancestrais e aplicando técnicas terapêuticas holísticas e xamânicas. Dentro da proposta de empoderamento da mulher pelo movimento do sagrado feminino, são realizados
encontros, palestras, vivências, rodas de conversa, oficinas, e práticas de saberes ancestrais. O contato com o
corpo, a relação com ancestralidade também, a união e reconciliação entre irmãs.
Para o evento em questão traremos duas experiências práticas conforme segue.
A primeira experiência foi uma roda de conversa realizada na Feira Agroecológica nas dependências da
UNEB – Universidade do Estado da Bahia.
Foi realizada A roda de Conversa Tecendo o Ser Mulher no ambiente da Feira, estando presentes
mulheres e homens, na faixa etária entre 22 e 55 anos de idade, de diversos assentamentos da economia solidária,
estudantes, frequentadoras e consumidoras que estava no local no dia do evento. Assim como a presença de
representantes da Instituição que participaram do evento.
O evento teve duração de duas horas e foi conduzido utilizando recursos de Cantos sagrados, Danças
sagradas, Roda de conversa.
A segunda experiência foi realizada em espaço terapêutico provado de forma mais prática. Uma Oficina
de Curandeiras e Resgate dos Sagrados Saberes Ancestrais de Cura. Neste evento as participantes foram
excepcionalmente mulheres de diversas classes sociais, com idade entre 18 e 50 anos. O evento teve duração de
oito horas e foram utilizadas práticas de banhos, benzimentos, defumações, banhos de folhas e limpezas com
ervas e outras terapias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos nas duas experiências foram satisfatórios e atingiram os objetivos da proposta
tendo em vista os relatos e percepções dos participantes. Percebemos na atividade realizada na Feira
Agroecológica, por exemplo, que muitas das participantes desconheciam a importância de empoderamento
feminino pelo contato com seus ciclos internos. Algumas participantes relataram ter uma certa aversão a contato
com outras mulheres, principalmente na área profissional onde buscam apoio e atendimento com profissionais
homens. Na oficina de Curandeiras e Resgate dos Sagrados Saberes Ancestrais de Cura, os resultados se mostram
no desempenho das participantes na realização das tarefas práticas. Aquelas que já vivenciam o universo do
sagrado feminino demostraram mais desenvoltura na realização das tarefas, enquanto uma pequena parte das
participantes que estavam tendo um primeiro contato com esse universo teve mais dificuldade e até mesmo
desistiram de realizar as tarefas, por acreditarem não ter habilidade com os instrumentos, preferindo apenas a
observação.  CONSIDERAÇÕES FINAIS
O resgate do Sagrado Feminino na atualidade é de suma importância para o fortalecimento,
empoderamento e união entre mulheres. O contato profundo com esse movimento faz com que cada vez mais
mulheres encontrem seu espaço no universo, se encontrem e reconectem com seus ciclos mais profundamente.
Tendo como resultado a construção de uma sociedade menos opressiva e mais digna para a mulher.
Como resultado dessas experiências pode expressar:
A importância de despertar para a união e respeito entre mulheres. Ainda é visível uma tendência a
concorrência, disputa que geram conflitos e enfraquecem as mulheres;
A percepção da necessidade de um contato mais profundo com a natureza interna da mulher, seus ciclos
e a natureza externa;
A necessidade de desenvolvimento e contato mais profundo com o lado feminino intuitivo criativo para
equilíbrio das energias masculinas e femininas. 

Publicado

2021-08-27

Cómo citar

MACHADO, R. (2021). O SAGRADO FEMININO: PODER QUE VEM DE DENTRO - DESPERTAR, CURA, CONEXÃO ANCESTRAL E EMPODERAMENTO DE MULHERES5. Cadernos Macambira, 4(2), 79–82. Recuperado a partir de http://revista.lapprudes.net/index.php/CM/article/view/375