FABRICAÇÃO DE TUBETES PARA PRODUÇÃO DE MUDAS A PARTIR DA FOLHA DA BANANEIRA (Musa spp.)

Autores

  • LARISSA DE SOUZA ALMEIDA larissalarybasa123456@gmail.com
    CETEP
  • JEFERSON SOUZA DE ALMEIDA Jefersonsouza22nvn@gmail.com
    CETEP
  • TAINAN DE SOUZA OLIVEIRA Jefersonsouza22nvn@gmail.com
    CETEP
  • RAÍLA DE SOUZA OLIVEIRA dsampaiochagas@gmail.com
    CETEP

Resumo

INTRODUÇÃO
As embalagens plásticas passaram a existir no final de década de 50, com isso revolucionaram a vida
moderna. A grande maioria (cerca de 0,5 bilhão) desse produto é produzida a partir hidrocarbonetos fossilizados,
tal material demora anos para se decompor no meio ambiente e nem sempre pode ser reciclado, tornando-se assim
um problema ambiental seríssimo, por isso sua substituição por resíduos de biomassa é uma alternativa que
merece mais aprimoramento e difusão, especialmente por ser uma alternativa viável para a solução de dois
problemas, o descarte do plástico e de resíduos orgânicos (RAMOS.; SILVA; FLORIDO, 2012).
De acordo com Ferreira Filho (2016), o desenvolvimento Sustentável, é compreendido uma estratégia
de inovação para alternativas de novos artefatos, considerando os impactos e assuntos relacionados ao meio

ambiente são ponderadas todas as etapas do processo (ciclo de vida). Tendo em vista que as embalagens tornaram-
se grandes vilãs em nossa sociedade, o consumo excessivo desses produtos, sejam eles de curto, médio e longo

prazo, combinados com a deficiência na gestão do descarte destes resíduos, especialmente aqueles que não 

conseguem se decompor no meio ambiente, devido ao uso de recursos não renováveis, agravam gradativamente
os problemas ambientais gerados pelo acúmulo de lixo.
Sendo a bananicultura é uma das atividades frutícolas que apresenta grande importância do mundo, tanto
com relação à produção quanto à comercialização, ela serve como fonte de renda para muitas famílias de
agricultores, gerando postos de trabalho no campo e na cidade e contribuindo para o desenvolvimento das regiões
envolvidas em sua produção (FIORAVANÇO, 2003). As folhas da bananeira já são utilizadas como embalagens
para embrulhar alimentos, diante disso, com intuito de reduzir o plástico utilizado para produção de mudas, surgiu
a ideia de testar a folha da bananeira para tal.

METODOLOGIA
O experimento foi conduzido no Centro Territorial de Educação Profissional da Chapada Diamantina
(CETEP – CD), na cidade de Wagner- BA.
A produção dos tubetes se deu a partir da folha da bananeira, plantadas na unidade escolar, as folhas
foram cortadas em forma de trapézio, para produção de cada embalagem foi utilizado um pedaço de material
vegetal nas seguintes dimensões, base maior 30 cm, base menor 15 cm e altura de 14 cm. Posteriormente as folhas
foram montadas em forma de cone, a sobra da parte inferior foi dobrado para evitar a perda do substrato, para
fixação da forma, os cones foram amarrados com barbante, cobrindo todo diâmetro do recipiente, sendo uma
amarração no diâmetro inferior e outra no superior como pode ser observado na figura 1 (A e B).

Além dos tubetes também foi feito uma sementeira com o caule da bananeira, com o intuito de testar diferentes suportes para produção de mudas. O caule foi utilizado horizontalmente, onde foram feitos pequenos buracos, com profundidade de 5 cm e 5 cm de diâmetro, os espaçamentos entre plantas varia de acordo com a
cultura, nesse caso utilizou-se a cultura do alface, o espaçamento entre plantas foi de 6 cm, utilizou-se um caule
de 80 cm de comprimento e 40 cm de largura (Figura 2). 

Posteriormente foi feita uma mistura de substrato, solo e esterco de ovino, mas proporções de 2:2:1,
respectivamente. Essa mistura foi utilizada para preencher os tubetes e os buracos da sementeira do caule, e serviu
de sustentação e fonte de nutrientes para as plantas. Em seguida foi foram semeadas duas sementes de alface (cv.
Cinderela), a 1 cm de profundidade, e devidamente umidificada para estimular sua germinação, o manejo hídrico
foi feito de acordo com a necessidade da cultura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o manejo diário foram feitas observações visuais, para acompanhar o desenvolvimento das
mudas, além disso, foram realizadas avaliações como contagem de folhas, medições do sistema radicular e
tamanho das folhas, no qual pode-se verificar os resultados na figura 3 e figura 4. No gráfico 1 as plantas estavam com 21 dias de plantada, no gráfico 2 com 28 dias e no 3, com 36 dias
de desenvolvimento. Ambos apresentaram resultados satisfatório, especialmente no comprimento das raízes, tal
característica atribui-se que ao fato de os tubetes permitirem um melhor desenvolvimento radicular, quando
comparado aos demais modelos de sementeiras, seu formato alongado pode ter uma das características
facilitadoras dessa observação.
Já nas plantas cultivadas no caule, verificou-se também um resultado satisfatório, como podemos observar
na figura 4, verificou-se um desenvolvimento mais lento quando comparado com as mudas cultivadas nos tubetes. Percebeu-se que as plantas tiveram um desenvolvimento mais lento, pois mesmo com mais dias de cultivo,
o sistema radicular ficou menor do que das plantas cultivadas nos tubetes, como pode ser observado nas figuras
5 (A e B). Tal fato atribui-se a um espaço reduzido, para crescimento radicular, também levantou-se a hipótese
de que as fibras existentes no caule posso ter impedido um melhor desenvolvimento radicular, entretanto, ainda
faz-se necessário estudos mais profundos sobre a temática. Percebe-se na figura 5 (A) que o sistema radicular atingiu os índices mais alto com relação ao
comprimento, quando comparado com a figura 5 (B). Muito embora ambos apresentaram um bom número de
raízes. Buso et al. (2009) ressalta que a extensão, a distribuição e a atividade das raízes que determinam a
quantidade de água e de nutrientes absorvidos, atributos essenciais para o desenvolvimento das culturas. Diante
disso, os tubetes ganham um destaque, já que apresentou melhores resultados, outro fator a ser considerado é que
os tubetes não precisam ser retirados durante o transplantio, haja visto que, com o tempo, as fibras do material
serão digeridas pelos micro-organismos, incrementando a biomassa do solo e evitando que sejam feitas micro
lesões nas raízes, como acontece nas sementeiras, no qual as plantas precisam ser arrancadas.
CONCLUSÃO
De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que tanto as plantas cultivadas nos tubetes, como as
cultivadas na sementeira do caule apresentaram resultados satisfatórios, entretanto, quando comparadas, as
plantas cultivadas nos tubetes tiveram um destaque em dois aspectos, no sentido precocidade e desenvolvimento
do sistema radicular, todavia, ainda faz-se necessário novos estudos para conclusões mais precisas, é importante
ressaltar também que, a durabilidade dos tubetes é outro fator que está em análise.  

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Publicado

2021-08-27

Como Citar

ALMEIDA, L. D. S., ALMEIDA, J. S. D., OLIVEIRA, T. D. S., & OLIVEIRA, R. D. S. (2021). FABRICAÇÃO DE TUBETES PARA PRODUÇÃO DE MUDAS A PARTIR DA FOLHA DA BANANEIRA (Musa spp.). Cadernos Macambira, 4(2), 161–165. Recuperado de http://revista.lapprudes.net/index.php/CM/article/view/395