OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO ESPECIAL: PARA ALÉM DA FORMAÇÃO ACADÊMICA

Resumen

O presente trabalho constitui-se como um recorte do estudo de Trabalho de Final de Curso da graduação em Licenciatura em Educação Especial, modalidade diurna, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O estudo foi construído entre os meses de março e julho de 2020. A pesquisa buscou abordar sobre os desafios encontrados por professores de Educação Especial em suas práticas pedagógicas, fazendo uma relação direta com a formação inicial. O trabalho teve como objetivo geral investigar as questões que mais afetavam os professores de Educação Especial em suas práticas pedagógicas, analisando se as mesmas foram (ou não) trabalhadas nas respectivas formações iniciais. A partir de uma breve contextualização, mostra-se que a UFSM oferece atualmente três cursos de Licenciatura em Educação Especial, nas modalidades diurno, EaD e noturno. Foram realizadas pesquisas em dois meios digitais diferentes, as quais resultaram em material teórico envolvendo “Inclusão”, “Formação de professores” e “Educação Especial”; ainda assim, os estudos envolvendo a prática deste profissional foram poucos. Este estudo constituiu-se como sendo descritivo-exploratório, encontrando-se dentro de uma abordagem qualitativa. Para a coleta dos dados, o instrumento selecionado foi um questionário, aplicado de forma online, a professoras de Educação Especial, egressas da UFSM. O questionário foi composto por dezoito perguntas, organizado em três partes. Os sujeitos participantes foram 29 professoras egressas dos cursos de Licenciatura em Educação Especial da UFSM. Destas participantes, 26 encontravam-se atuando como professoras de Educação Especial, portanto, as respostas consideradas foram destas participantes, visto que o estudo visou trazer acerca dos desafios encontrados durante a prática/atuação. As participantes encontravam-se atuando em instituições públicas, particulares, especiais e APAEs. O tempo de atuação das participantes variava entre menos de um ano a mais de dez anos. Percebeu-se que os desafios trazidos pelas participantes envolveram principalmente questões ligadas a formação inicial e atuação nas instituições pedagógicas. As respostas descritivas do trabalho foram organizadas em categorias de análise. Realizou-se, para além da aplicação do questionário, uma breve análise dos currículos de 2008 e 2020 do curso de Educação Especial diurno da UFSM. A partir das respostas trazidas e da análise dos currículos, pode-se dizer que a matriz curricular de 2020 do curso de Educação Especial diurno da UFSM parece sanar algumas demandas levantadas pelas participantes em suas respostas. Ainda assim, ressalta-se a importância de os cursos de formação inicial em Educação Especial voltarem seus processos acadêmicos para si e para os alunos, incentivando uma formação crítica, que possibilite aos acadêmicos e professores formadores discutirem acerca do que papel do professor de Educação Especial, no sentido de legitimar e defender as práticas deste profissional. Mostra-se importante, portanto, relacionar formação e prática, no intuito de aproximar da experiência posterior como professores de Educação Especial. Espera-se que o presente estudo se mostre útil para os pesquisadores da área, para os gestores na área, para estudantes dos cursos de Educação Especial, para egressos e para sujeitos que se interessem pela Educação, Educação Especial, formação de professores e desafios que se mostram presentes nas práticas destes profissionais.