DESAFIOS DA PESQUISA EM QUALIDADE DO SOLO NO DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS PARA O SEMIÁRIDO

Autores

  • Francisco Alisson da Silva Xavier Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas

Palavras-chave:

Funções do solo, Índice de qualidade do solo, Saúde do solo

Resumo

As funções do solo assumem um papel importante na mediação de processos-chaves na natureza, tais como: fornecer nutrientes para as plantas e organismos, regular a dinâmica da água no ambiente, atuar como poder tampão de contaminantes, regular a emissão de gases de efeito estufa e, sobretudo, influenciar a saúde dos homens e animais. O monitoramento integrado de tais funções origina o conceito de qualidade do solo, o qual vem sendo desenvolvido desde a década de 70, definido como a capacidade de um solo de funcionar, dentro dos limites de ecossistemas naturais ou manejados, para sustentar a produtividade de plantas e animais, manter ou melhorar a qualidade da água e do ar, e suportar a saúde e o habitat dos seres humanos. Considerando as multifuncionalidades do solo, o desafio na mensuração da sua qualidade é correlacionar, de forma integrada, atributos químicos, físicos e biológicos do solo de modo que reflita as alterações induzidas pelo uso e manejo. A região semiárida nordestina possui particularidades de clima, vegetação, relevo e geomorfologia que propiciam a formação de uma ampla diversidade de solos, desde rasos até profundos, de arenosos até argilosos, de cauliníticos a esmectíticos. Estudos sobre qualidade dos solos de maneira ampla e integrada no semiárido brasileiro ainda são escassos, sobretudo na zona que compreende os 258 municípios do estado da Bahia. A agricultura de sequeiro predomina na maior parte da região, onde as principais atividades agropecuárias são: mandioca, feijão, milho, sisal, mamona, castanha, pinha, umbu, palma forrageiras. Os polos irrigados são considerados as “ilhas de prosperidade” do semiárido, onde são empregadas técnicas mais modernas de agricultura. Seja em sequeiro ou em áreas irrigadas, a utilização sustentável do solo baseada em soluções regionais ainda é um entrave para o desenvolvimento agrícola no semiárido. Neste aspecto, o monitoramento da qualidade do solo, com levantamento de indicadores mais adequados para cada situação, torna-se uma ferramenta indispensável para aferir as proposições de manejo do solo mais adequadas para a região. A maior parte dos estudos sobre qualidade de solo no semiárido abordam indicadores físicos, químicos ou biológicos do solo de modo isolado, dificultando conclusões mais generalizadas sobre a funcionalidade dos solos. A integração destes indicadores para gerar um índice de qualidade de natureza mais sistêmica para os diferentes solos do semiárido parece ser o caminho mais lógico para ampliar as discussões sobre soluções para a produção agrícola sustentável no semiárido.

Biografia do Autor

Francisco Alisson da Silva Xavier, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas

Pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas, Bahia

Referências

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Publicado

2024-03-06

Como Citar

Xavier, F. A. da S. (2024). DESAFIOS DA PESQUISA EM QUALIDADE DO SOLO NO DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS PARA O SEMIÁRIDO. Cadernos Macambira, 8(especial2), 24. Recuperado de https://revista.lapprudes.net/CM/article/view/1318