DINÂMICA NO USO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE CENTRAL - BAHIA

Resumo

Compreender a dinâmica no uso do solo é essencial para o planejamento e desenvolvimento sustentável de uma região. No caso do município de Central-Ba, essa análise se reveste de especial importância por suas particularidades geográficas e ambientais de inserção na mesorregião do Centro-Norte Baiano, microrregião de Irecê, mais precisamente no semiárido baiano com domínio do bioma da caatinga. Neste contexto, o presente trabalho possui como objetivo analisar a dinâmica no uso do solo do referido município de 1985 a 2022. Para tal, utilizou-se das informações disponíveis na plataforma MapBiomas sobre as classes de uso: caatinga, corpos d’água, agricultura/pastagem e área urbana. A agropecuária permaneceu como a categoria de uso dominante durante todo o período analisando, 60% da área do município, destacando os cultivos de milho, feijão e sisal, e a criação de gado. Em 2022, as áreas florestais (Caatinga) cobriam 38% da região, registando uma subtração de 1.611 hectares (ha) ou 2,8% da área municipal, quando comparado ao ano de 1985. Os Corpos d'água tiveram tendência de crescimento das suas áreas de 1985 a 1995, com acréscimo de 140 ha. Contudo, em 2005 a área que era de 570 ha foi reduzida a 79 ha, decrescendo para 31 ha em 2022. As possíveis causas para a retração de 399 ha nos corpos hídricos foi à expansão agrícola do Matopiba, o consumo exagerado da água nas atividades agrícolas e na área urbana, mudanças no sistema agrícola com introdução de novos cultivos e os as secas prolongadas. Diante disso, conclui-se que a categoria mais impactada negativamente de 1985 a 2022 foi os corpos d'água, apontando a necessidade urgente de estratégias de gestão sustentável que equilibrem as demandas da agricultura com a conservação dos recursos hídricos.