MAPEAMENTO DA FRAGMENTAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL NA BACIA DO RIO POJUCA (BAHIA, BRASIL)
DOI:
https://doi.org/10.59033/cm.v8i2.883Keywords:
Paisagem, Vulnerabilidade, SoftwareAbstract
A Bacia do Rio Pojuca está localizada em região caracterizada pela presença de pequenas fazendas de criação de gado, distrito florestal e minifúndios de subsistência, e possui cerca de 4.341,00 hectares, e percorre aproximadamente 200 km. É o rio de maior área de extensão de drenagem dentre as bacias hidrográficas inseridas na região do Recôncavo Norte. Encontram-se entre dois grandes biomas: sua nascente, localizada no município de Santa Bárbara, em área de Caatinga (Savana Estépica e área de transição Savana Estépica/Floresta Estacional) sob clima semiárido, e sua foz, em área de Mata Atlântica (Floresta Estacional e Floresta Ombrófila), sob clima úmido. O objetivo foi realizar o mapeamento da bacia no contexto da ecologia da paisagem, avaliar a integridade ecológica dos fragmentos de vegetação nativa e mapear as áreas de preservação permanente (APP). Para diagnosticar a integridade ecológica dos fragmentos e avaliar a extensão da vegetação nas margens dos cursos d’água, torna-se essencial a abordagem da ecologia da paisagem, caracterizando os elementos da paisagem através da utilização do Sensoriamento Remoto e dos Sistemas de Informação Geográfica. Foram utilizadas imagens multiespectrais e ortorretificadas satélite RapidEye, anos 2009-2011, software ArcGis 10.2. Utilizou-se base vetorial cartográfica de hidrografia e limites municipais na escala 1:50.000 do IBGE, dados de uso e cobertura vegetal do Departamento de Desenvolvimento Florestal (1998). A integridade ecológica foi avaliada através do índice de Vulnerabilidade Ecológica Relativa. A paisagem da bacia do Rio Pojuca encontra-se altamente fragmentada. Foram mapeados um total de 927 fragmentos ou manchas, totalizando uma área de aproximadamente 85.155 hectares (ha). O menor fragmento apresentou área de 0,374 ha e o maior 2.991,617ha, cerca de 34,2%, possuem área até 5 hectares e apenas 7,3% dos fragmentos com mais de 100 hectares. Na Floresta Ombrófila Densa 56,7% dos fragmentos têm tamanho menor que 50 ha e apenas 27,5% são maiores que 100 ha. Para a Savana Estépica, 95,9% dos fragmentos tem tamanho menor que 50 ha, sua vegetação foi quase que totalmente substituída por agropecuária e pastagens abandonadas, perdendo em torno de 90% de sua área original quando comparamos com os dados do DDF (1998). A Floresta ombrófila perdeu em torno de 36,9% da sua área para o mesmo período. O processo de fragmentação de uma área tem duas consequências imediatas: a primeira delas é a subdivisão do habitat antes contínuo, a outra é a perda de área. Este processo levará a extinção local de espécies que precisam de áreas maiores para se mantiver, sendo a principal causa da perda da biodiversidade. Nas áreas de Floresta Estacional Decidual e Savana Estépica mais de 95% dos fragmentos encontra-se com alta vulnerabilidade ecológica. Na Floresta Ombrófila, 45,8% dos fragmentos possuem alta vulnerabilidade, e 21,2 com pouca vulnerabilidade. As matas ciliares não escaparam da fragmentação e foram alvo de todo tipo de degradação, basta considerar que muitas cidades foram formadas às margens dos rios, eliminando todo o tipo de vegetação ciliar, e muitas sofrem hoje com constantes inundações, poluição, doenças e modificações da paisagem, efeitos negativos dessas ações devastadoras.
References
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