TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E FAMÍLIA: RELAÇÃO QUE CONTRIBUI (OU NÃO) PARA A INCLUSÃO ESCOLAR

Autores

  • Taiane de Souza Ignácio Universidade Federal Fluminense - UFF
  • Silvana Matos Uhmann Universidade Federal Fluminense - UFF

Palavras-chave:

Transtorno do Espectro Autista, Família, Inclusão

Resumo

A descoberta de um filho com Transtorno do Espetro Autista (TEA) na maioria dos casos perpassa um processo doloroso, pois a realidade vivenciada se difere da idealizada a partir de um “filho ideal”. Quando o diagnóstico se torna uma realidade, muitas vezes as famílias sentem-se sozinhas, sem saber onde e como buscar informações, outras vezes com tendência ao isolamento e a vislumbrarem poucas perspectivas de futuro com relação ao seu filho, sobretudo com relação à escolarização. Contudo, a importância da relação do TEA e a família vem na direção de entendê-la a partir de uma relação que adentra os espaços escolares influenciando o processo de inclusão desses alunos, uma vez que o aluno também é filho no contexto familiar. Ou seja, a família é o primeiro meio social da criança, sendo um contexto muito influenciador, inclusive, de como este aluno chegará à escola em termos de aprendizado e desenvolvimento. Portanto, ao entender essas questões como importantes, esta pesquisa foi elaborado com base em referenciais teóricos sobre o tema, bem como desenvolveu-se na forma qualitativa de Estudo de Caso, tendo como objetivo: Compreender como a família recebe o diagnóstico de TEA e, a partir disso, como é o seu processo de inclusão educacional. Para tanto, considerou-se como pergunta de pesquisa: qual a relação existente entre a aceitação (ou não) do TEA por parte da família com a inclusão desses alunos? A partir dessas inquietações, desenvolveu-se alguns momentos: analisar através de referenciais teóricos a temática do Transtorno do Espectro Autista (TEA), pesquisar como é para a família receber o diagnóstico de que seu filho possui TEA a partir da realização de entrevistas semiestruturadas sobre a experiência de conviver com o TEA com três famílias que se disponibilizaram fazer parte da pesquisa (contatadas por intermédio de uma escola que contém alunos com TEA), além de problematizar como acontece o processo de inclusão educacional da criança com TEA na escola diante da aceitação positiva ou negativa desse diagnóstico. Para tanto, buscou-se realizar análise dos dados da pesquisa na perspectiva de Bardin (2011) ao elencar pontos importantes da serem problematizados. Como resultados, foi possível perceber a nítida relação existente entre a aceitação (ou não) do TEA, sendo o diagnóstico responsável por uma mudança – muitas vezes de extrema significância – em que muitas famílias demonstram dificuldades, receio e angústias. O diagnóstico é compreendido e vivido de formas diferentes por cada família, nos levando à compreensão de que o contexto familiar também necessita de um olhar diferenciado (muitas vezes essa preocupação é apenas com a criança), no sentido de entender se está conseguindo perceber-se diante da necessidade de uma nova realidade. Este enfoque não só pode contribuir às famílias, mas também à criança diagnosticada, pois possibilita auxiliar a família que, por consequência, irá se relacionar e influenciá-la de forma mais significativa. Nisso, é possível destacar: quando a família não aceita o diagnóstico, afeta diretamente sua inclusão escolar (sendo expressamente importante pensar em apoio às famílias); quando aceita, uma parceria se inicia e torna possível potencializar a inclusão desse aluno – o que nos leva a reconhecer que a “primeira inclusão” deve acontecer dentro de casa, para que a partir disso possa se expandir para outros espaços sociais, como por exemplo a escola.

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Publicado

2021-10-20

Como Citar

Ignácio , T. de S. ., & Uhmann , S. M. (2021). TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E FAMÍLIA: RELAÇÃO QUE CONTRIBUI (OU NÃO) PARA A INCLUSÃO ESCOLAR. Cadernos Macambira, 6(1), 174–192. Recuperado de https://revista.lapprudes.net/CM/article/view/600