POTENCIALIDADES E PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Autores

  • Liliane Repinoski Franco UFPR

Palavras-chave:

Educação Especial, Inclusão, Diferença, Potências, Potencialidades

Resumo

Podemos considerar que nas últimas décadas foi notória a evolução das Políticas de Educação Especial, no entanto, as mesmas perpetuam muitas fragilidades, tornando a potência ou a energia daquilo que está posto na Lei uma disposição fraca. Reflete-se que esgotam na própria Lei uma tendência inclusiva, tendo em vista a interpretação das práticas profissionais que estes dispositivos devem orientar. Na passagem da potência às potencialidades, ou das políticas às práticas inclusivas, tais Leis têm sido ferramentas que deixam aqueles que suas normas orientam, muitas vezes, desassistidos. Causam pouco efeito como discursos, atuando mais a favor da manutenção da ordem estabelecida e menos na mudança de um olhar que acolha no diagnóstico a diferença. O presente estudo se refere a parte de um mapa maior, cartografado durante uma pesquisa de mestrado em educação e sistematizado com a dissertação sob o título “Cartografia da Potências e das Potencialidades em Educação Especial – Um Diálogo entre as Políticas e as Práticas” em que se propôs discutir as relações entre as potências das políticas de educação especial inclusiva com as potencialidades ou possibilidades das práticas docentes, realizadas pelos profissionais que atuam em escolas públicas de ensino regular e em Centros Municipais de Atendimento Educacional Especializado – CMAEEs de Curitiba. As análises se respaldam em ideias da Filosofia da Diferença, sub área da Filosofia que sensibiliza para as análises ancorada nos conceitos de seus principais representantes Gilles Deleuze e Michel Foucault, além de seus intérpretes. A dissertação utilizou-se do método cartográfico para mapear essa relação, tendo como ponto de partida a própria trajetória profissional da pesquisadora; faz-se, desta cartografia, um modo de desvendar pistas ligadas ao dualismo entre políticas e práticas, teorias e métodos que afetam os fazeres e a rotina dos profissionais. Normas que orientam as práticas docentes que, empoderadas pela legislação atual e pelas questões contemporâneas a esta sociedade, têm avançado lentamente. A pesquisa contou com as narrativas de dois profissionais de escolas de ensino fundamental, de primeiro ao quinto ano, e de dois profissionais atuantes CMAEEs de Curitiba, revelando o que estes expõem sobre as condições profissionais, subjetivas e objetivas, com as quais atum e diagnosticam estudantes com deficiência. Os relatos das experiências vividas, narradas pelos protagonistas deste processo, representam as formas como as leis ou normativas da Educação Especial foram e são interpretadas. Nesta cartografia estes profissionais são porta-vozes das necessidades que as práticas escolares enfrentam, pois dão potência a uma inclusão com as condições de que dispõem; tentam aproximações com a inclusão idealizada nas leis, mas que diante das condições oferecidas não conseguem concretizar a vontade de incluir docente. Quer esta parte do mapa trazer contribuições para a produção de deslocamentos nos leitores, interpretações que favoreçam linhas de fuga. As linhas de fuga são ou representam nesse cenário as ações de pensar e agir, as que inspiram certo poder de incluir docente e que tratam a inclusão fugindo ou escapando de ser uma impostura do poder e empoderamento do Estado como ação de potencialidade esperada, enquadrada, restrita e restritiva.

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Publicado

2021-10-20

Como Citar

Franco, L. R. . (2021). POTENCIALIDADES E PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA. Cadernos Macambira, 6(1), 324–344. Recuperado de https://revista.lapprudes.net/CM/article/view/613

Edição

Seção

Eixo 11: Práticas pedagógicas com estudantes público da educação especial e/ou c