Percepções sobre lecionar uma aula de “Escola Unitária de Gramsci” na graduação em educação especial

Resumo

Em 2022, o ensino voltou a estar na modalidade presencial. Isso evidenciou lacunas nas formações de alunos recém egressos do ensino médio que fizeram uma transição direta para o ingresso na Educação Superior. Afinal, foram dois anos em distanciamento e longe de interações em ambientes educativos. Esse relato de experiência objetiva descrever e retratar percepções de pós-graduandos em formação sobre a experiência de terem ministrado uma aula sobre a escola unitária de Gramsci para alunos da licenciatura em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. A aula foi mediada por dois estudantes do mestrado-acadêmico de Educação Especial, também vinculados à UFSCar. A aula seguiu a estrutura: 1° - Aula expositiva dialogada sobre excertos do artigo “Gramsci a Educação e a Escola unitária” e; 2° - Atividade de elaboração de um quadro reflexivo em cooperação entre os alunos, com mediação dos pós-graduandos. Algumas relações estabelecidas pelos alunos demonstraram essas “pontes” entre a teoria e prática social, mas em alguns momentos houveram conexões pouco coerentes causadas por uma falta de bagagem filosófica, o que podemos apontar como uma lacuna anterior a sua escolarização. Esse cenário é composto por culpas, mas não dos alunos ou professores, e sim dos setores governamentais macro do país que, em uma situação de pandemia, deixaram à margem a educação, causando um cenário de sindemia. São precisos estudos e iniciativas que trabalhem acerca da formação desses alunos, de modo que sejam contempladas por meio de premissas de alteridade durante seus eventuais desafios acadêmicos.