O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO PARA ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO EM PINHAIS: PRÁTICAS E PARCERIAS ENRIQUECEDORAS

Abstract

Dentre os muitos mitos que cercam a educação de alunos com Altas Habilidades/Superdotação, reside o que indica que essas crianças e jovens não necessitam de suporte para desenvolver tanto suas as suas habilidades acadêmicas, como os demais fatores não-cognitivos vinculados à inteligência. Embora tenha um transcurso longo no âmbito nacional, com direcionamentos sendo realizados desde o início do Século XX, as ações relativas ao processo de suporte ao aluno superdotado começaram a ter evidência a partir da publicação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que ocorreu em 2007. Embora já conte com quase treze anos de elaboração, ainda são poucos os sistemas educacionais que promovem ações que visem ao atendimento desse alunado, sendo que as mais evidentes advêm dos sistemas públicos de ensino. As Altas Habilidades/Superdotação, junto às deficiências e aos transtornos globais do desenvolvimento (com destaque ao Transtorno do Espectro Autista), são considerados o alunado público-alvo da Educação Especial, com o direito de que lhe sejam proporcionadas ações de adaptação e adequação, a fim de que se eliminem barreiras para sua plena participação na escola, com a promoção do acesso, permanência e sucesso na escola. Dentre as ações que são contempladas nos documentos norteadores, está a oferta do atendimento educacional especializado em Salas de Recursos Multifuncionais. As Salas de Recursos Multifuncionais começaram a ser implantadas no município de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, capital do Paraná, no ano de 2009. Num primeiro momento, os alunos identificados como superdotados eram atendidos junto aos demais alunos, independente de suas particularidades de diagnóstico. Mesmo diante desse quadro, os planos de atendimento individualizado, aliados aos planos de enriquecimento curricular já eram elaborados com base na individualidade de cada aluno, diante de suas potencialidades e eventuais dificuldades, englobando os aspectos de desenvolvimento acadêmico, social e emocional. A partir do acréscimo das avaliações e, consequentemente, do público de alunos superdotados com necessidade de atendimento suplementar, organizou-se a primeira turma de atendimento educacional especializado direcionada somente aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação. Pautada nas orientações do Ministério da Educação que, por sua vez, são embasadas nos pressupostos de Joseph Renzulli, o atendimento educacional especializado para Altas Habilidades/Superdotação, no município de Pinhais, adota o Modelo de Enriquecimento Curricular para determinar ações que propiciam o desenvolvimento dos talentos. Destaca-se que, para além do atendimento ao aluno, são propostas ações direcionadas ao suporte às famílias desses alunos, bem como o assessoramento aos professores do ensino regular, com a pauta centrada no enriquecimento intracurricular. Com isso, os três vértices do atendimento educacional especializado (aluno-família-escola) são contemplados com as ações do professor especializado. Essas ações cada vez mais trazem a identidade educacional ao processo, afastando a visão clínica usualmente atribuída ao serviço proposto pela Sala de Recursos Multifuncionais. Diante dessas considerações, este relato de experiência intenta explanar acerca do trabalho desenvolvido no município de Pinhais, na Rede Municipal de Ensino, no que diz respeito ao atendimento ao aluno com Altas Habilidades/Superdotação. O trabalho está em constante revisão e é estruturado com base em evidências e pautado pelos pressupostos mais atuais da literatura da área.