Putas mães e filhas da puta: conversações sobre afetos, cuidado e educação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35642/rm.v8i1.1410

Palavras-chave:

Maternidade, Filhos de puta, Trabalho sexual, Famílias

Resumo

A proposta deste artigo consiste em compartilhar dados de um estudo desenvolvido com mulheres trabalhadoras sexuais sobre suas práticas e dinâmicas de socialização, formação, cuidado e educação dos seus filhos e filhas. O referencial teórico se circunscreve ao campo de estudos em educação e dialoga com referenciais teóricos da Sociologia, da Antropologia e da Psicologia. A pesquisa realizou-se por meio de visitas a locais onde as trabalhadoras sexuais exercem seu trabalho, unidades familiares e rua. As técnicas foram entrevistas, histórias de vida, histórias de família, contatos com as famílias observação e construção etnográfica. Os resultados apontaram que as famílias das trabalhadoras sexuais, as famílias de Putas, não se diferenciam em termos de organização dos outros modelos de famílias.  Entretanto, a convivência com mães trabalhadoras sexuais constrói sujeitos com olhares diversificados e abertos às questões apresentadas pelo Movimento de Trabalhadoras Sexuais. Por outro lado, o processo de organização e colaboração das trabalhadoras sexuais preconiza uma forma de cuidado pautada na solidariedade, rede que se apoia e organização coletiva no processo de socialização e educação dos filhos e filhas: a roda colaborativa é uma expressão de como as redes de afeto contribuem no “corre” das mães que também são Putas.

 

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Biografia do Autor

Fernanda Priscila Alves Da Silva, Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Doutora em Educação e Contemporaneidade pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEDUC/UNEB). Docente no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Parintins, Brasil.

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Publicado

2024-09-30

Como Citar

DA SILVA, Fernanda Priscila Alves. Putas mães e filhas da puta: conversações sobre afetos, cuidado e educação. Revista Macambira, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 1–15, 2024. DOI: 10.35642/rm.v8i1.1410. Disponível em: https://revista.lapprudes.net/RM/article/view/1410. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: “Bastardos” do nosso tempo: reflexões sobre a estigmatização às diferenças