Putas mães e filhas da puta: conversações sobre afetos, cuidado e educação
DOI:
https://doi.org/10.35642/rm.v8i1.1410Palavras-chave:
Maternidade, Filhos de puta, Trabalho sexual, FamíliasResumo
A proposta deste artigo consiste em compartilhar dados de um estudo desenvolvido com mulheres trabalhadoras sexuais sobre suas práticas e dinâmicas de socialização, formação, cuidado e educação dos seus filhos e filhas. O referencial teórico se circunscreve ao campo de estudos em educação e dialoga com referenciais teóricos da Sociologia, da Antropologia e da Psicologia. A pesquisa realizou-se por meio de visitas a locais onde as trabalhadoras sexuais exercem seu trabalho, unidades familiares e rua. As técnicas foram entrevistas, histórias de vida, histórias de família, contatos com as famílias observação e construção etnográfica. Os resultados apontaram que as famílias das trabalhadoras sexuais, as famílias de Putas, não se diferenciam em termos de organização dos outros modelos de famílias. Entretanto, a convivência com mães trabalhadoras sexuais constrói sujeitos com olhares diversificados e abertos às questões apresentadas pelo Movimento de Trabalhadoras Sexuais. Por outro lado, o processo de organização e colaboração das trabalhadoras sexuais preconiza uma forma de cuidado pautada na solidariedade, rede que se apoia e organização coletiva no processo de socialização e educação dos filhos e filhas: a roda colaborativa é uma expressão de como as redes de afeto contribuem no “corre” das mães que também são Putas.
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