Reabilitação de solo: uma experiência prática em área urbana no Sertão de Alagoas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35642/rm.v9i1.1434

Palavras-chave:

Degradação de solo, Recuperação de solo, Erosão

Resumo

Na região semiárida, o crescimento populacional associado ao avanço tecnológico e a industrialização, promovem o avanço da urbanização e da agropecuária em detrimento de áreas do Bioma Caatinga. A mudança de uso do solo para atender a demanda por moradia e produção de alimentos intensificam os processos de degradação do solo e a desertificação. A reabilitação de solo para fins paisagísticos em Santana do Ipanema - AL, através da adoção de práticas edáficas, mecânicas e vegetativas executada de forma colaborativa por discentes do curso de Zootecnia da Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL, foi usada como instrumento de educação e promoção de mudanças de paradigmas. Práticas conservacionistas implantadas em contorno associadas a barreiras mecânicas, cobertura morta, plantio em faixas e Canavalia ensiformis como planta de cobertura possibilitaram o aumento após 2 anos dos teores de matéria orgânica, P, Mg, Ca e da CTC do solo. O incremento da matéria orgânica na camada arável demonstrou seu papel essencial nesta região e seu efeito sobre o desenvolvimento das plantas. Observou-se também a eficácia das técnicas adotadas na contenção do processo erosivo. Houve revegetação e uma reestruturação da camada de 0-20 cm de profundidade do solo com efeitos positivos na qualidade física e química, aumento da atividade biológica e o restabelecimento da funcionalidade paisagística e social do solo. A experiência permitiu a percepção da escala temporal de processos inerentes a pedogênese e a conscientização dos impactos que a perda do solo causam no meio ambiente e na segurança alimentar.

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Biografia do Autor

  • José Marciel Balbino de Macêdo, Universidade Estadual de Alagoas

    Graduando em Zootecnia da Universidade Estadual de Alagoas. Bolsista de iniciação científica pela FAPEAL - UNEAL.

  • Claudia Csekö Nolasco de Carvalho, Universidade Estadual de Alagoas

    Graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade Federal da Bahia (1986); mestrado em Geoquímica e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Bahia (2000); especialização em Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente pela Universidade Estadual de Feira de Santana (2007), e doutorado em Ciência Tecnologia e Inovação em Agropecuária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2015). É professora titular da Universidade Estadual de Alagoas nos cursos de Biologia e Zootecnia e professora convidada no programa de Pós-Graduação em Modelagem em Ciências da Terra e Ambiente - UEFS. Atua principalmente nos seguintes temas: ciências do solo, geotecnologias e meio ambiente, mapeamento digital de solos, manejo e degradação de solos e pastagens no semiárido e educação.

  • Fabio Carvalho Nunes, Instituto Federal Baiano

    Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (2002), Mestrado em Geoquímica e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Bahia (2005), Doutorado em Geologia Costeira e Sedimentar pela Universidade Federal da Bahia (2011). Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - IF Baiano, Campus Santa Inês. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geografia Física, atuando principalmente nos seguintes temas: pedogênese, geomorfogênese, avaliação de impactos ambientais, mapeamento e contaminação de solos.

  • Lander de Jesus Alves, Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC

    Pós-Doutorando em Biologia e Biotecnologia de Microrganismos (PPGBBM), da Universidade Estadual de Santa Cruz trabalha com fungos micorrízicos arbusculares como  ferramenta biotecnológica para a remediação de áreas uraníferas na Bahia. É doutor pelo Programa de Biologia e Biotecnologia da Universidade Estadual de Santa Cruz e mestre. em Ecologia e Biomonitoramento pela Universidade Federal da Bahia. Biólogo pela Universidade Federal da Bahia possui experiência na área de ecologia, microbiologia do solo, gestão de unidades de conservação, licenciamento ambiental e geoprocessamento. Tendo atuado na coordenação do Projeto Corredores Ecológicos na Bahia e como gestor de unidade de conservação estadual, atualmente é consultor em licenciamento ambiental e desenvolve projetos na área de conservação, biorremediação, recuperação de áreas degradadas, florística, fitossociologia, resgate de flora e fauna, mapeamento da cobertura vegetal, e análise da paisagem.

  • Luiz André de Oliveira Moura, Universidade Estadual de Alagoas

    Graduando em Zootecnia da Universidade Estadual de Alagoas. Bolsista de iniciação científica pela FAPEAL - UNEAL

  • Isabelly Ferro Carmo, Universidade Estadual de Alagoas

    Zootecnista, Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), Santana do Ipanema, Alagoas, Brasil.

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Publicado

2025-05-14

Edição

Seção

Artigos de fluxo contínuo

Como Citar

Reabilitação de solo: uma experiência prática em área urbana no Sertão de Alagoas. Revista Macambira, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 1–17, 2025. DOI: 10.35642/rm.v9i1.1434. Disponível em: https://revista.lapprudes.net/RM/article/view/1434. Acesso em: 15 maio. 2025.