As (im)pertinências da noção de agricultura de subsistência
The (im)pertenences of the notion of a subsistence agriculture
DOI:
https://doi.org/10.35642/rm.v6i1.691Keywords:
Agricultura familiar camponesa, Autoconsumo, Capital ecológico, ResistênciaAbstract
No presente artigo discutimos sobre as (im)pertinências da noção de uma agricultura de subsistência, na perspectiva de uma visão que extrapola a ideia de autoconsumo como sendo o pilar do pequeno agricultor, considerando a ideia de livelihood que remete à sobrevivência, ao invés de subsistência, que está ligada à noção de “sub-existir”. Para isso, abrimos um diálogo com alguns(as) autores(as) que versam sobre o tema, que tecem considerações a respeito da agricultura familiar camponesa e suas questões. Este debate se insere nos apontamentos em que a resistência como propulsora de ações que fortalecem o papel da agricultura familiar camponesa e sua atuação frente à crise que o setor agrícola vem passando, no sentido da qualidade (aqui entram os debates da segurança alimentar, agroecologia e circuitos curtos de comercialização) e da quantidade (no sentido da expansão de áreas agricultáveis, produção de commodities, fome e desnutrição, para citar alguns exemplos) . Além disso, a agricultura camponesa se destaca ao utilizar-se do capital ecológico e do sistema de coprodução, agregando valor aos recursos naturais disponíveis, contrariando o pensamento da agricultura empresarial e de produção capitalista, que transforma tudo em mercadoria visando o lucro, sem considerar as consequências negativas que isso venha a causar à natureza.
ABSTRACT
In this article we discuss the (im)pertinence of the notion of subsistence agriculture, from the perspective of a vision that goes beyond the idea of self-consumption as the pillar of the small farmer, considering the idea of livelihood that refers to survival, rather than subsistence, which is linked to the notion of “sub-existing”. For this, we opened a dialogue with some authors that deal with the subject, who weave considerations about peasant family agriculture and its issues, pointing out resistance as a propeller of actions that strengthen its role and its performance in the face of the crisis that the agricultural sector has been changing in terms of quality (this is where the debates on food security, agroecology and short marketing circuits come in) and quantity (in the sense of the expansion of arable areas, production of commodities, hunger and malnutrition, to name a few examples) . In addition, peasant agriculture stands out by using ecological capital and the co-production system, adding value to available natural resources, contrary to the thinking of business agriculture and capitalist production, which transforms everything into a commodity for profit, without considering the negative consequences that this may cause to nature.
Keywords
Peasant family farming, Self-consumption, Ecological capital, Resistance.
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