Um novo “sol vivo”: oralidade e infância em prol de uma pedagogia ancestral africana
DOI:
https://doi.org/10.35642/rm.v9i1.1660Palavras-chave:
Pedagogia Afro-centrada, Infância, Oralidade, KindeziResumo
Neste trabalho, está em curso uma proposta de descolonizar as narrativas hegemônicas, reafirmar o lugar da oralidade, contribuir para a formação de professores numa visão decolonial e viabilizar a inserção e valorização dos saberes tradicionais nas redes de educação. O trabalho tem como finalidade promover uma prática de educação infantil antirracista, valorizando outros saberes não ocidentais, conceber a importância da oralidade na formação docente, numa perspectiva ancestral africana, de modo a reconhecer a oralidade como prática pedagógica significativa na aprendizagem, incrementando saberes e vivências de uso oral presente no cotidiano de crianças. Além disso, importa mencionar que a implementação e uso da oralidade como metodologia de ensino em sala de aula, forma alguma significa a exclusão da escrita como conhecemos. Para este trabalho, de caráter bibliográfico e qualitativo, o aporte teórico está pautado em pesquisas de autores africanos e brasileiros, dentre eles, o pai da tradição oral africana Hampâté Bâ, Cajé e a obra de K. Kia Bunseki Fu Ki. Au e A.M. Lukondo-Wamba de título “Kindezi: a arte kongo de cuidar de crianças”. Ademais, como resultado, refletimos que práticas educativas de terreiro e de base filosófica africana, sejam orais ou escritas, podem integrar a escola como forma de valorizar as experiências e vivências dos sujeitos sociais ativos, e assim, agir em função de uma educação que valorize a cultura negra, não deixando de fora as produções sociais, culturais e religiosas.
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